Pôster do filme “Criação” (Creation) - baseado no livro “Annie’s Box”, escrito por Randal Reynes, tataraneto de Charles Darwin, o criador da teoria da evolução.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caverna sul-africana traz achados pré-históricos

Vista do mar a partir do interior da caverna de Blombos


Se em muitos outros sítios arqueológicos foi possível achar claros indícios da evolução anatômica do homem moderno, cujo nome científico é Homo sapiens, é bem mais raro ter pistas preservadas do seu "comportamento", lembra Christopher Henshilwood, coordenador dos trabalhos na caverna sul-africana de Blombos.

A gruta é uma espécie de feudo do pesquisador. Faz quase uma década que o cientista tem trazido revelações de lá. Em 2002, a equipe de Henshilwood descreveu ter achado ali duas "obras de arte" pré-históricas: pedacinhos de argila ocre entalhados com riscos variados.

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PARA O PESCOÇO

Pouco depois, os pesquisadores encontraram aquelas que, até então, eram as "joias" mais antigas do mundo: pequeninos colares de conchas datados de 75 mil anos atrás, clara indicação de que os ancestrais humanos já pensavam e se comportavam como pessoas. As joias foram descritas em artigo em 2004, também na "Science".

Dois anos depois, artefatos semelhantes foram revelados, com 100 mil anos de idade, desta vez achados em Israel e na Argélia.

Somados, esses achados são excelentes pistas da evolução da mente humana, da sua capacidade de pensar e planejar a longo prazo. O curioso é que mesmo os mais antigos exemplos inequívocos de pensamento simbólico ou artístico aparecem bem depois da origem física da nossa espécie.

Do ponto de vista da anatomia, o Homo sapiens já estava "pronto" há uns 200 mil anos, mas o comportamento moderno demorou dezenas de milhares de anos para finalmente aparecer. O motivo disso é desconhecido e ainda deve gerar muito debate. No caso de Blombos, os achados mostram um rudimentar conhecimento de "química": as conchas marinhas achadas na caverna sul-africana continham uma mescla de pigmentos ocres com osso e carvão triturados, misturados com água ou urina, criando uma "tinta" arcaica que podia ser aplicada com uma espátula de osso (também achada no local).

As duas conchas estarão em exibição a partir de hoje no Museu Iziko, localizado na Cidade do Cabo.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/990590-caverna-sul-africana-traz-achados-pre-historicos.shtml

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